eudarcantiga

My Photo
Name:
Location: Niterói, RJ, Brazil

“gosto de olhar comprido, longo, longe. Gosto de ver o horizonte para além do mar e de olhar desde o topo da montanha, gosto de olhar para além do fundo do céu, da liberdade de sonhar para além da imaginação, para além do já sabido, do conhecido. Gosto de conhecer, mais que de reconhecer. Para além da lenda. Assim sou eu: para além da história, ou “para lá de antes que seja história.”

Saturday, September 19, 2009

Quando o Sol Se Esconde...



Mais que viver a vida suavemente
Sem transformá-la em carga tão pesada
Seguir caminho, e a cada topada
Sorrir pro mundo, e levá-la em frente.

Talvez cantar, e não pensar em nada,
Ou só tentar um sonho diferente
plantar sementes de um amor ardente
e usufruir da terra fecundada.

Colher a flor que espera, paciente,
Comer do fruto à beira da estrada,
Seguir o sonho quando o sol se esconde.

E então se o verso volta, ao sol nascente,
Se podes ter a vida retomada
levanta, segue ... e não pergunte onde.

Ilnéa R. País de Miranda

Friday, September 11, 2009

11 de setembro de 2001... ainda

Masculino/Feminino
Ilnéa País de Miranda
Por vezes procuramos entender o significado de determinadas coisas e, por mais que tentemos elas continuam teimosamente pouco claras. Então, como que por mágica, a mente se desanuvia, e a resposta está ali, irrefutável. Às vezes, a mágica pode não advir de um passe sutil da varinha do mago, mas da manobra aparentemente alucinada de um piloto, que transforma em arma de destruição e morte um simples e pacífico avião de passageiros. Um gesto de loucura? Um ato heróico, corajoso?

Acostumados a ligar masculino e feminino ao sexo com base em diferença física, fica fácil reconhecer o masculino na retumbante ação final em questão: muito barulho, muito fogo, muita destruição e brutalidade, elementos quase indispensáveis nos "games" virtuais dos "meninos" de hoje e reconhecíveis nos jogos dos "meninos" de sempre. Depois, até onde se sabe não há mulheres envolvidas no processo. Portanto... "coisa de homem."

Feminino onde? Na "gestação" do ato culminante, nos dias, meses, horas intermináveis estudando o objetivo, seus pontos fortes, suas fragilidades, na procura da estratégia adequada - talvez no antegozo da curva milimetricamente calculada antes do suposto e esperado encontro com o divino, ainda que sabendo que a morte pode ser parte do processo. Suportar a espera, satisfazer-se no "enquanto" são atributos do feminino em cada um de nós, tanto quanto é masculino enfrentar a dor das culminâncias, em silêncio estóico ou grito libertador. Saborear o resultado? é sublime...quando possível.

Homens ou mulheres somos constante tentativa de equilíbrio Yin/Yang. Às vezes, conseguimos.
Outras...

Artigo publicado em O CORREIO, oito anos atrás