eudarcantiga

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“gosto de olhar comprido, longo, longe. Gosto de ver o horizonte para além do mar e de olhar desde o topo da montanha, gosto de olhar para além do fundo do céu, da liberdade de sonhar para além da imaginação, para além do já sabido, do conhecido. Gosto de conhecer, mais que de reconhecer. Para além da lenda. Assim sou eu: para além da história, ou “para lá de antes que seja história.”

Friday, December 23, 2011

E eu estou procurando o Natal..

Procuro incessantemente
o Natal que eu conheci
cheio de sonho e presente...
mas, penso, já me esqueci.

Esqueci, era pequena,
e fui pequena, não nego,
por muitos anos, serena,
às lendas do conto cego.

Cego por que eu não sabia
da verdade por detrás
das mentiras que dizia
dos verdadeiros Natais.

Naquele tempo, por certo,
a historia era mais bonita
do menininho, que esperto,
já saia "bem na fita".

E eu punha na janela
o meu sapatinho mais novo
pois Noel chegava a ela
deixando coisas pro povo.

Ah, que santa encantaria
ah, Deus,que inocência plena
ah, Jesus, como eu queria,
ter meu Natal de pequena.

E terminando, talvez,
o meu desejo calado,
desejo a todos vocês
algum Natal do passado.


Abraço Natalino, apesar de tudo, e a pesar o tudo,
Ilnéa

Niterói, 23 de dezembro de 2011

Thursday, December 22, 2011

Um Céu Iluminado Por Alguém... "alumiando palavras""

" Ele desdobra o Céu como cortina
e veste-se da luz, como num manto"
e tão perfeita é, oh celestina,
que praz aos outros anjos o seu canto.

E no silêncio imenso do acalanto,
pois que espalhar beleza não é sina
esparge luz em gotas de seu pranto
enquanto invade a calma e alucina.

O que fizemos para termos tanto
do Universo que em si se ilumina
sorrindo em luz ao mundo inacabado.

E a cada verso, o verso é quase santo
que escuto, no silêncio que fascina,
o som desse Universo irrevelado.

(Ilnéa, em19 de dezembro, à tarde, enquanto
sonhava o anjo cosmico)

Sunday, October 24, 2010

A Passos Largos

Ilnéa País de Miranda
em 20/12/2009

O andar é largo, amplo e decidido,
As pernas longas adiantam o passo
E os pés repisam o caminho lido
Por vida inteira sem deixar um traço.

No espaço aberto, quase divertido,
Respira a vida em insandescência
Guarda no peito o ar, desinibido,
E traz aos olhos santa iridescência.

A caminhar sem ser por penitência
Olha o riacho, iris, colorido.
Despe a vergonha da própria inocência.

Sentindo o fim chegar, sem resistência,
cumprindo a vida sem ter desistido
entrega às águas alma e consciência.

Thursday, October 07, 2010

Eu e Quixote

(Encontrei o 1º quarteto na madrugada de 19/11/2009 e terminei às 04:10h desta sexta -feira 15 de maio de 2010)
Ilnéa País de Miranda
*
Que fantasia é essa que estremece
E deixa tontas nossas almas loucas
Quando a paixão que nos envolve aquece
O fogo morno em nossas ânsias moucas?

Que fantasia é essa que me encanta
Que me consome e só me dá guarida
Para roubar-me enquanto me acalanta
E deixa tonta toda minha vida?

Que fantasia é essa que me esquece
Em meio a minhas esperanças poucas
Mas que me deixa ser, por esquecida?

Que fantasia é essa que me espanta
Rouba meu verso e dele faz poesia
E faz de mim herói de fancaria?

Quem sabe acordo?

Quem sabe acordo?
Ilnéa R. País de Miranda
*
De minhas marcas só tirei recados
Do que podia ser sem ser ferido
Sem ter o pranto preso ao meu ouvido
Sem ter que ouvir o grito dos calados.

Dos meus recados que não tem sentido
Eu faço versos nunca reclamados
Pelos poetas sempre descuidados
Vivendo d’alma sem nem ter sofrido.

Mas se minh’alma escapa a meus cuidados
E sonha em versos o desconhecido
Resguarda o canto que escutei inteiro.

E desavendo-me em não revelados
Guardo comigo o prêmio e o perdido
Voltando ao sonho que sonhei primeiro.

Quem Sabe Assim...

Quem sabe assim?
Ilnéa R. País de Miranda

Relendo a carta que te havia escrito
Lembrei dos versos que tu me dizias
em que as palavras úmidas e frias
não mais lembravam o sonho já proscrito.

O sonho tênue em que chegarias
A passos leves em meu infinito
E na garganta morreria o grito
Do amor profano em minhas fantasias.

E se a lembrança do que foi bonito
Transforma o verbo em doces melodias
Quem sabe eu possa me entregar cantando?

Só em teus braços, num abraço aflito,
Encontro a calma no passar dos dias
Nas noites frescas que passo te amando.

À Revelia de Mim

*
À Revelia de Mim
Ilnéa R. País de Miranda,

Amanheci, sem planos, matutando
Como seria eu sem poesia
Como seria ser, sem fantasia,
Apenas ser, e só de vez em quando.

Como seria ser a maresia
Mesmo sem ver do mar ondas rolando,
Mesmo sem ver um pássaro voando
E ainda assim ser sua alegoria.

Duvido em mim se louca vou ficando,
Se busco a Terra em minha Encantaria,
Ou vou roubar o fogo a Prometeu.

Mas fecho os olhos, sorrio pensando,
que no meu mundo, louco, à revelia,
quem eu seria se não fosse eu?
( em 18 de agosto de 2010)

Wednesday, August 25, 2010

Quem Sabe Acordo?

*
De minhas marcas só tirei recados
Do que podia ser sem ser ferido
Sem ter o pranto preso ao meu ouvido
Sem ter que ouvir o grito dos calados.

Dos meus recados que não tem sentido
Eu faço versos nunca reclamados
Pelos poetas sempre descuidados
Vivendo d’alma sem terem sofrido.

Sofridos tempos que não revelados
Encontram o verso e sopram ao meu ouvido
Os seus reclamos que nunca escutei.

Enquanto o sonho em cacos partido
Tenta juntar-se, em mosaicos fados,
Nos quais revelam que nunca te amei.

Thursday, July 22, 2010

... relembranças de um sonho proscrito

Relendo a carta que te havia escrito
Lembrei dos versos que tu me dizias
em que as palavras úmidas e frias
não mais lembravam o sonho já proscrito.

O sonho tênue em que chegarias
A passos leves em meu infinito
E na garganta morreria o grito
Do amor profano em minhas fantasias.

E se a lembrança do que foi bonito
Transforma o verbo em doces melodias
Quem sabe eu possa me entregar cantando?

Só em teus braços, num abraço aflito,
Encontro a calma no passar dos dias
Nas noites frescas que passei te amando.

Saturday, June 19, 2010

Dourar a pílula

Esta expressão me intrigava quando eu era pequena. O que afinal quereria dizer? Pois que de pílulas conhecia umas pequeninas, vermelhas, que minha avó costumava tomar e eu não sabia para que. Só sabia que crianças não deviam sequer se aproximar delas. À medida de crescer, fui descobrindo, par e passo, seu significado. Afinal, vez em quando, também a mim me davam pílulas - se não douradas - cobertas de açúcar para disfarçar o amargor do contido. E aprendi, mordendo a fina e enganosa camada doce, que "dourar a pílula" se traduzia em "enganar o trouxa", "vender gato por lebre" e sinonímias outras mais chulas e contundentes.
Aprendi? Bobagem! Aprendi coisa nenhuma! Os douradores de pílulas não só se multiplicaram como se sofisticaram, penetrando sendas inimagináveis. Para citar um indigesto exemplo, os defensores das matas e dos animais silvestres - não que não os haja sérios e conscientes - reunidos em ONGs de origem duvidosa e secretarias de nome pomposo, gritam contra a internacionalização da Floresta Amazônica, choram pela Mata Atlântica agonizante, mas fecham olhos quando construtoras, mesmo não autorizadas, devastam árvores, seu ecossistema e o próprio terreno que as sustenta.
Ainda que amplamente denunciado aos "órgãos competentes," isso é o que vem acontecendo no n.º 123 da Rua Vereador Duque Estrada, em Santa Rosa, onde uma retro-escavadeira e no mínimo seis caminhões basculantes trabalham das 7 às 17 horas, destruindo e levando embora o que possa vir atrapalhar a construção de ninguém sabe o que. O responsável? Quem sabe? No portão escancarado nenhuma placa o indica.
Sábado passado, um pássaro coloria o encarte de lançamento do condomínio a ser construído na Rua Itaguaí, próximo ao Centrinho: um Sabiá Laranjeira, símbolo do Brasil... pintado de azul. É... já não se douram pílulas como antigamente.

P.S.
Revirando antigos emails, encontrei vários contendo artigos publicados no "O Crreio". A data é 12/04/2001. Olhando, agora, do meu portão ainda vejo tres casas como as tantas que encontrei quando vim morar aqui. O resto do quarteirão não é mais que uma parede de edifícios escondendo o verde da terra e o azul do céu... o resto, um canteiro de obras. Sinto...