Filosofando...
Um saco ser fatalista
Tudo é tão pré - destinado
Que tira até o direito
Da gente poder chorar
Sobre o leite derramado
Ou de pensar que amanhã
Se possa apagar o fogo
Justinho na hora certa:
Pouco antes do derrame.
Pensava ser fatalista
Eu, de pequenininha.
Mas para ser verdadeira,
Sou bem como todo mundo:
Fatalista de passado
De repetir, "eu não disse
Que isso ia dar errado?
Ou então "que maravilha!
Só poderia acabar
Assim mesmo: tudo certo!"
Fatalismo p'ra amanhã...
...sei lá, até pode ser...
... sei não, melhor nem dizer."
E assim, lá vamos nós
Nessa "vã filosofia"
Fatalismo e poesia
Juntos, no mesmo saco.
É isso aí, meus senhores
Nem adianta negar,
Pois coisas tão antagônicas
- assim, só de parecença -
bem podem coexistir.
Lá no fundo, todos nós
Os fatalistas-poetas
Ou "vice-versa ao contrário"
Ao falarmos de porvir
Como falamos bonito!
Dizendo que, o futuro
No céu de já foi traçado
E nas estrelas escrito.