Eudarcantiga, o nome do blog

Ontem encontrei Adelaide. Depois do abraço que já não trocávamos assim, coração no coração, cheio de calor amigo há tanto tempo que nem sei bem quanto, e de falarmos coisas que a ocasião trazia em si mesma, Adelaide me perguntou o que queriam dizer as doze letras ajuntadas em nome de blog.
Eudarcantiga. O que afinal quer dizer?
Sou pessoa que gosta da palavra. E gosta tanto que lhes quer conhecer as entranhas. Parti-las em pedacinhos, perceber cada um deles e juntá-los de novo, assim como era antes ou de forma diferente, inventando moda.
Começando pelo princípio, um tempo atrás veio-me Arcantiga para nomear um grupo de contação de histórias. Arcantiga, assim mesmo, junto, mas podendo ser quebrado de, pelo menos, duas formas diferentes. Ar Cantiga, como poderia ser o ar cantando histórias na voz das contadeiras - estas, três amigas mais eu mesma. Ou Arca Antiga, velho baú carregado de poeira lúdica de tempos vividos ou repassados de outras vidas. E mais.
O nome não “pegou” no grupo e eu guardei para mim. Contamos histórias, sim, mas com outro nome.
Arcantiga passou a ser como eu chamo parte de minha casa, um cômodo de pouco menos de quinze metros quadrados, encarrapitado na parte de trás do corpo principal, único com janela aberta para quintais ainda cobertos de árvores - quintais dos vizinhos que, juntados ao meu, formam uma florestazinha verde, ponteada aqui e ali por algumas flores e muitos pássaros. Sabiás-laranjeira, bem-te-vis, e companheiros constantes e ocasionais, sempre bem vindos. Gosto de lá.
Jamais tinha pensado nisso, assim dessa maneira, até ontem. Até a pergunta de Adelaide. E nem mesmo sei se o nome do blog parece agora mais inteligível.
Eu d'Arca Antiga? Mas quem é de quem?