eudarcantiga

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“gosto de olhar comprido, longo, longe. Gosto de ver o horizonte para além do mar e de olhar desde o topo da montanha, gosto de olhar para além do fundo do céu, da liberdade de sonhar para além da imaginação, para além do já sabido, do conhecido. Gosto de conhecer, mais que de reconhecer. Para além da lenda. Assim sou eu: para além da história, ou “para lá de antes que seja história.”

Saturday, December 13, 2008

Os Animais Silvestres Visitam, e a Senhora Gato... fica

Penso que era a nona noite. Alguém me disse que os animais silvestres vieram da floresta, dos campos e do deserto. Alguns caminharam por muito tempo. Vieram no meio da noite quando todos já estavam dormindo. Não queriam assustar as pessoas. Vieram em silêncio para ver o Filho do Paraíso, Jesus Bebê, pois os pássaros já tinham espalhado a história do primeiro presente de Natal.

Havia lobos, raposas, ursos, veados, coelhos, esquilos, corvos, corujas, águias, e por aí em diante. Enfim, um representante de cada clã, animal ou pássaro. Alguns dos pássaros que moravam ao longo dos rios, lagos e mares, representavam também os clãs dos peixes e de outros animais e insetos que moravam longe demais para enfrentar uma viagem. Eu me lembro de um contador de histórias que contava que, toda noite, por três noites, o celeiro do estábulo estava cheio e movimentado, como se cada animal silvestre desse voltas e voltas para ver o bebê Cristo, o filho do Ser Supremo.

Os animais maiores levantavam os menores para que pudessem ver dentro da manjedoura. Arturis, o grande urso da caverna, veio todas as noites e ficou deitado ao lado da manjedoura, de modo que os pequenos pudessem subir sobre suas costas para ver bebê Jesus.

Até aquela primeira noite, mesmo os gatinhos malhados eram silvestres. A Sra. Gato veio da floresta, olhou em volta do estábulo e viu todos os camundongos e pensou, “Huuuuuummm... muita comida depois da trégua temporária entre as feras ... trégua... mas olhem só todas essas baratas. Isso não é lugar para o Filho de Deus, ou qualquer outro nenezinho, de jeito nenhum, e as casas dos homens nem são muito melhores do que esse estábulo. Parece que essas criaturas precisam de alguma ajuda para manter suas casas limpinhas.”
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Foi o minha gata que me contou essa parte história. Seus ancestrais é que começaram a se espalhar pelo mundo e depois outros gatos se mudaram para as casas. Os gatos escolheram as pessoas, as casas das pessoas, eles não foram “domesticados” antes. E é por isso que os gatos tem um perfil muito independente, mas tomam conta de nossas casas, celeiros, estábulos, deixando-as livres dessas coisas que vivem se arrastando pelo chão e pelas paredes.

Tradução: Ilnéa R. País de Miranda

Conto de Natal do meu querido amigo Chuck Larkin que, espero, esteja com seu banjo, sentado em alguma nuvem, rodeado de crianças - de todas as idades e credos - cantando e contando suas histórias. Feliz Natal, Chuck. Que os anjos digam amém.
Feliz Natal a todos.

I give permission to all storytellers and others to tell this story. As was in the olden Sencha Bardic days blessed be those who learn the story's flowing images and tell in their own words so they can pass forward the flowing images to the next generation before adding their own creations to the story.
Chuck Larkin