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“gosto de olhar comprido, longo, longe. Gosto de ver o horizonte para além do mar e de olhar desde o topo da montanha, gosto de olhar para além do fundo do céu, da liberdade de sonhar para além da imaginação, para além do já sabido, do conhecido. Gosto de conhecer, mais que de reconhecer. Para além da lenda. Assim sou eu: para além da história, ou “para lá de antes que seja história.”

Saturday, June 25, 2005

Transparências, Reflexos e Brahms

Transparências, Reflexos e Brahms
Ilnéa (15/08/2004)
Lá estava eu no salão de D. Eunice Linton, no primeiro andar do teatro Municipal de Niterói. Mas não era mais menina como tinha sido naquele tempo. Nem o salão era exatamente o mesmo. Tinha um enorme espelho na parede do fundo que refletia as janelas abertas e a mim.
O piano toca Brahms e eu...eu tento dançar. Às vezes consigo, nas pontas dos pés, como naquele tempo. Às vezes paro. Apenas aprecio minha imagem refletida no espelho. E me parece que não sou eu que danço, mas apenas minha imagem refletida. Eu, eu mesma, só aprecio. Quem será realidade? Eu que vejo ou a imagem que não seria refletida, seria outra eu que seria livre para dançar, ou para voar, planar como noutro momento, por sobre o lago que também me refletia e que também era espelho.
E eu olhava a mim mesma quase transparente como uma libélula. Dançava aqui e ali no salão do espelho e por sobre o lago. Imagens consecutivas que se revezavam em minha mente enquanto ouvia Brahms.
Havia lá uma presença além de mim. Sinto que estava lá para me apoiar, para não me deixar cair da pirueta ou de um movimento mais ousado. Falar... não posso dizer que falou. Mas as palavras que me chegaram foram "Contate a menina que mora em você e dance. Dance sempre que tiver vontade- ou necessidade. Dance a vida e ela será mais leve."

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